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“Concedei-nos, Senhor, a SERENIDADE necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar.CORAGEM para modificar aquelas que podemos, e SABEDORIA para distinguir umas das outras.”



  Marcelo Rodrigues Rocha 
CO-DEPENDENCIA

As famílias enfrentam hoje, mais do que nunca, muitos desafios para cumprir assim como as grandes demandas de suas funções e, são grandes os combates travados para garantir a sua subsistência, que passam pelos desafios econômicos e sociais, uma vez que a sociedade esta marcada pela pobreza, pelo desemprego, o que desencadeia em si a exclusão de bens, serviços e oportunidades que são fatores extremamente necessários para garantir o seu pleno desenvolvimento; além de se defrontar diariamente com a violência caracterizada de várias formas, que define assim o mundo globalizado, ou seja, podemos dizer que são profundos os reptos que as famílias de qualquer camada social enfrenta para resistir às profundas pressões que afetam a sua estruturação.

São múltiplos os fatores que causam processos de erosão, desarticulação e a pauperização que acometem muitas famílias, que provoca a disfuncionalidade no seu interior, e minam silenciosamente a capacidade desta de manter-se equilibrada e funcional, sendo forçadas pelas circunstâncias a enfrentarem muitos desafios, ainda mais quando um destes desafios enfrentados pela constituição familiar é uma doença que aflige um de seus membros.

Sabemos que a ruptura da rotina da vida familiar seja ela causada por qual for a situação, é sempre difícil, em especial torna-se dolorosa se for causada por uma enfermidade que se prolonga; cria-se então uma atmosfera de tensão e ansiedade. Ainda mais quando esta doença se define pelo uso e abuso de substâncias psicoativas.

 Quando um membro da família é adito ao álcool e a outras drogas, toda a família é afetada, e esta problemática que é uma doença, é raramente incompreendida e a maioria das famílias se negam a buscar um tratamento.

As lutas enfrentadas por esta família diante de situações acometidas a seus membros, são chamadas de co-dependência; que é um processo que envolve a pessoa em amarras emocionais tirânicas, que provocam muito sofrimento. Que apesar de membros da família não fazer o uso de substâncias psicoativas, torna-se um usuário impotêncial, e acaba sofrendo com esta doença, ou até mesmo prolongando a busca por um tratamento. 

           As questões relativas a co-dependência, constituem o tema do trabalho que se desenvolve, sob o título de Co-dependência: como lidar com a família. O objetivo deste trabalho é contextualizar de forma teóricas concepções de co-dependencia e de família e, a ação das substâncias psicoativas, identificar as características da co-depencecia, mostrar a importância da família no tratamento do dependente, recomenda-se que as famílias que possuem usuários de álcool e outras drogas procurem ajuda para saber lidar com esta situação, para uma melhor compreensão e, assim tratar ao invés de alimentar mais esta doença ou prolongar o sofrimento.

Quando amamos nossos entes queridos ou aqueles que estão sempre perto de nós, queremos o melhor para eles, mas às vezes agimos como se o amor encobrisse o peso das nossas palavras e ações. Precisamos buscar uma consciência do quanto os atingimos com o que fazemos e dizemos. Nossas ações são um instrumento, tanto pode ser usado para o bem, quanto para o mal. Nossas ações erradas têm o poder de destruir, arruinar, deprimir, de causar toda sorte de dor à alma de alguém, podendo deixar profundas marcas. Que as breves informações aqui possam ajudar os co-depêndete a uma reflexão, e assim livrando-se da negação, vergonha, e culpa que se misturam neste processo.

 

 O QUE É CO-DEPENDÊNCIA

 

A definição científica de co-dependência é: necessidade imperiosa em controlar coisas, pessoas, circunstâncias, comportamentos na expectativa de controlar suas próprias emoções (SOUZA, 2003).

O co-dependente é a pessoa que deixa o comportamento de outra pessoa controlar o seu próprio comportamento e, que fica obcecado em controlar o comportamento da outra pessoa. Tudo começa com o fato de nos encontrarmos ligados por amor, obrigação ou dever a alguém muito complicado, doente física ou emocional, que por conta desta doença se auto-destrói ou desiste de viver e precisa, aparentemente, de apoio e cuidado constante.

A síndrome da co-dependência fica mais visível quando dificuldade surge; como por exemplo: baixa auto-estima; a dificuldade de colocação de limites; dificuldades em reconhecer e assumir a própria realidade; dificuldades de tomar conta de suas necessidades adultas; dificuldade de expressar suas emoções de forma moderada. A pessoa pode se tornar um co-dependente de uma criança que nasceu com defeito físico, de um adulto deprimido, uma amante da anorexia, um irmão que não se saiu bem na vida, uma irmã que sempre se mete em encrencas e parece frágil para resolvê-las, um pai alcoólatra, um filho drogado ou outra pessoa próxima a ele que esteja sofrendo seja qual a doença ou problema que tenha.

O co-dependente é aquele que se deixa afetar por comportamentos e nas formas como tentamos influir no comportamento ou “ajudá-lo”.

Falamos de uma reação à auto-destruição do outro, que acaba nos destruindo, ou seja a co-dependência torna  a pessoa vítimas da doença alheia e, quanto mais se esforça para fazer esta pessoa abandonar o vício ou mudar de postura diante da vida, menos ela melhora e mais arrasados fica o co-dependente.

Parece que vida gira em torno dela, não mais age por vontade própria, mas acaba reagindo à forma como este doente está; se estiver bem o co-dependente fica bem, faze-se planos, tem esperança; na hora em que ele volta a beber ou deprimir-se, muda-se as rotinas, os projetos, este se sente mal como se tudo que fez não valeu de nada.

Este comportamento de ajuda crônica ao outro, em si mesmo, torna-se uma doença emocional, grave e progressiva. Dizem até que o co-dependente quer e procura pessoas complicadas para se ligar, só podendo ser feliz desta forma. É o círculo vicioso do sofrimento e desenvolve a fantasia, de que é ele que tem que suprir a necessidade do outro, esquecendo-se totalmente de si.

A co-dependência é um processo que envolve a pessoa em amarras emocionais tirânicas, que provocam muito sofrimento. Quando acontece algo doloroso, e o co-dependente diz a si mesmo que falhou, está na verdade dizendo que tem controle sobre aquele acontecimento. Culpando-se, ele se prende à esperança de que será capaz de descobrir onde está o erro e corrigi-lo, controlando dessa forma a situação e fazendo o sofrimento cessar.

Todo co-dependente é indireto, não fala o que sente, e deseja desesperadamente que os outros adivinhem tais sentimentos e desejos, e fica ressentido quando eles não atendem suas expectativas. O co-dependente não diz o que deseja dizer, e nem deseja dizer o que diz.

Co-dependente pode ser encontrado no âmbito familiar, no coleguismo de trabalho, pode ser o chefe, o amigo, o vizinho, e todos aqueles que procuram remover as conseqüências dolorosas de que alguém esteja passando; com a intenção de minimizar ou de esconder o ocorrido. Pode ser também a pessoa que desenvolve relações baseadas em problemas. O foco dele está sempre no outro e o vínculo não é o amor ou a amizade, mas a doença, o poder, o controle. O co-dependente acredita que pode mudar o outro. Seus relacionamentos são criados para transformar os outros.  (SOUZA, 2003).

 

 

 

2. CONCEPÇÃO DE FAMÍLIA

 

A concepção sociológica e demográfica do conceito de família sugere um grupo de pessoas que estão vivendo sob o mesmo teto e que compartilham em comum suas despesas; que se baseiam nas distribuições de afeto; que em um primeiro momento seria o lugar de refúgio de todas as situações de perigo expostas do lado de fora com os possíveis controles de seus membros; espaço este com finalidades de garantir amor, proteção e que as necessidades básicas sejam supridas. (LEITE, 1998).

 Para Benvenutti (2004), uma família é constituía por laços matrimoniais, sendo que a figura paterna assume o pátrio poder em parceria com a materna; ao casal é atribuída a responsabilidade de garantir e suprir as necessidades decorrentes da produção e reprodução de sua família.

No campo psicológico, a família desempenha um papel fundamental na formação da personalidade, que se estabelece por meio de vínculos afetivos e emocionais. Assim a família constituir a primeira instância contato de socialização de qual quer individuo,

“Toda criança ou adolescente tem direito a ser educado no seio familiar e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada à convivência familiar e comunitária, livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes” (ECA art 19 apud CEDECA, p 152).

 

A família é um grupo social composto por indivíduos de idades e personalidades diferentes, na qual todos agem e interagem, estabelecem relações e/ou regras de conduta e valores de uma geração.

A estrutura familiar de hoje reflete o processo histórico, econômico e cultural vivenciado ao longo dos anos. No mundo contemporâneo, muitas mudanças ocorreram relacionadas à família. Vivemos numa sociedade aonde a tradição vem sendo abandonada como em nenhuma outra época da história; desta forma, o amor o casamento, a família, a sexualidade e o trabalho, antes vividos a partir de papéis pré-estabelecidos, passam a ser concebidos como parte de um projeto em que a individualidade conta decisivamente e adquire cada vez menor importância social.

A funcionalidade da família baseia-se quando ela cumpre assim as funções básicas e vitais para o seu pleno funcionamento, que acontece de forma firme e flexível, que se adapta a todas e quaisquer circunstâncias, e toma cada fato que acontece no seu interior como um processo de tomada de consciência de aprendizagem e crescimento. Cada um desempenhando o seu papel e ocupando as tarefas e obrigações que lhe são próprias (ROSSET 2003).

Segundo Rosset (2003), multiplicam-se as diferentes formas de organização familiar. A construção da nova família dá-se através da entrada de novos membros, o padrasto, a madrasta, os filhos do padrasto e/ou da madrasta e os meio-irmãos. Percebemos as dificuldades diversas nas relações familiares; e seus reflexos podem ser percebidos no âmbito familiar, e social; observamos um certo esforço por parte das famílias quanto ao desenvolvimento saudável de seus membros, porém têm encontrado dificuldades em delinear ações efetivas em prol dos seus.

              Embora as famílias estejam passado por crises e reestruturação ela continua sendo a base da sociedade, e é fator determinante no desenvolvimento dos seus pares, pois estabelece regras de relação e, geralmente, dá o suporte afetivo/emocional a aqueles que precisam de ajuda. Entendemos, ainda, que todas as ações relacionadas à saúde devem partir de planejamentos coletivos que envolvam a família, a escola, profissionais da saúde, serviço social e o setor público.

 

3. O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

 

            O uso de substâncias que alteram a consciência do ser humano é muito antigo. Segundo kalina (1999), inicialmente as substâncias eram utilizadas com finalidades mágicas, com o objetivo de potencializar a ação de feitiços e encantamentos. A escolha de substâncias para fins terapêuticos não era determinada pelo conhecimento ou pela experiência feita com ela e sim, por sua raridade, seu aspecto e muitas vezes pelo seu nome. Se esta obtivesse uma ação favorável, seria de caráter misterioso, ou atribuída à magia. Outro conceito importante referendado pelo autor diz respeito à diferenciação entre remédio e veneno. Intuitivamente o homem foi aprendendo a evitar, excluir e se proteger daquelas plantas que poderiam envenena-lo. Milênios mais tarde, os gregos conseguiram obter uma compreensão científica dos conceitos de medicamentos e de veneno, e mais tarde, compreenderam que as substâncias químicas podem agir destas duas formas e o que as diferencia é a dosagem.

            O que parece mais preocupante é o aumento na produção e no consumo de substâncias, pois seu uso na humanidade é milenar e não se sabe como prever uma maior e mais perigosa intoxicação nas futuras gerações. “A grande variedade de drogas, sólidas, líquidas e gasosas, juntamente com a farta disponibilidade proporcionada pela fabricação industrial em massa (legal e ilegal), somada a publicidade excessiva, a permissividade em casa e a falta de leis mais severas que se cumpram e se respeitem, colocam-nos diante de um panorama no mínimo inquietante para os próximos anos” (SILVEIRA, 2001).

            Segundo Kalina e Grynberg (1992), na origem do toxicômano, duas vertentes se cruzam: uma história individual e a crise no mundo com o qual o indivíduo se defronta. Silveira (2001) destaca vários fatores que podem levar ao uso de drogas e ao desenvolvimento da dependência. Entre eles pode-se destacar a oportunidade que o jovem vê na droga como algo novo, excitante e ousado e muitas vezes com a conotação de pré-requisito para ser aceito no grupo; a possibilidade de modificar emoções e tentar amenizar o sentimento de solidão, de inadequação, de baixa auto-estima ou de falta de confiança; influência de colegas de escola e amigos; e ainda, para responder à cobrança que a sociedade faz em relação ao exercício da felicidade, na qual a tristeza que é parte integrante do mundo interno do indivíduo seja suprimida.

            De acordo com Kalina (1999), as toxicomanias podem ser consideradas como uma substituição da masturbação e suas origens devem ser procuradas na fase oral do desenvolvimento. A escola kleiniana explica a adicção como uma fuga à dor e uma tentativa de escapar à depressão e ao que é sentido como persecutório pelo sujeito. Bleger, citado por Kalina, afirma que a fragilidade do Ego significa a grande porosidade que há na parte neurótica à invasão do núcleo psicótico. Quando essa invasão se caracteriza, quebra-se a barreira defensiva que separa a parte neurótica da parte psicótica da personalidade. Nesse caso, o uso de substancias psicoativas é uma forma de “tampar” essas fendas do Ego pelas quais pode infiltrar-se o núcleo psicótico. Quando o efeito das substancias sobre o organismo é o desejado, a “tampa” procurada age com eficácia e desse modo se produz o restabelecimento artificial da consistência do Ego, ou seja, a droga age como um remendo. A escravidão que a droga impõe ao dependente é a garantia da manutenção da “alegria” maníaca implícita na dependência, a abstinência do uso representaria a renúncia a esse estado psíquico (KALINA, 1999).

            Etimologicamente a palavra droga significa mentira, coisa de má qualidade. Kalina (1999) afirma que o adicto vive um mal entendido trágico, pois utiliza a droga como ideologia de vida, uma ideologia delirante. Para entender esse mecanismo é necessário inverter o sentido lógico, pois o indivíduo usa substancias psicoativas com prazer para causar-se dano, mata-se para encontrar sentido em viver e vive como um não-ser, ou seja, é alguém que transforma um projeto de morte num projeto de vida. Ao utilizar uma substância psicoativas, o dependente é induzido à negação maníaca, que se constitui num mecanismo de defesa psíquico que sustenta e consolida o mecanismo que remete a um ideal regressivo observado em estudos sobre o psiquismo fetal. Quando se observa a delinqüência característica do dependente, pode-se afirmar que o ato de roubar ou furtar é a maneira que o indivíduo encontra para satisfazer a necessidade de obter a substância e está é uma modalidade psicopática e narcisística, que exclui os critérios de integridade e sentimentos, pois afirma que o outro tem o que ele não tem e precisa.

Quando essa modalidade não se consuma e sua fantasia não é satisfeita, o indivíduo pode atingir comportamentos criminosos e muito agressivos, pois a existência do outro possuidor dos objetos que ele deseja funciona como prova e atestado de sua invalidez. No trabalho analítico com dependentes, o autor observou ainda que, o paciente é um impaciente, pois seu Eu fragilizado é incapaz de esperar, de tolerar as frustrações e a ansiedade, e de controlar a agressividade. Na maior parte das vezes não é o dependente que busca ajuda, mas é levado para tratamento pela família, ou um co-dependente, ou pelos serviços de resgate social. Procurar a recuperação significa enfrentar aquilo de que ele foge, ou seja, fuga da insuportável vivência do vazio, do déficit crônico de estima, das falhas no processo de personificação e das depressões e vivências psicóticas que ele aprendeu a mascarar com o uso de substâncias. O eixo que norteia o tratamento para a recuperação de dependências é aquele no qual o indivíduo aprender a viver sem drogas e recuperar sua capacidade de reagir às situações cotidianas em abstinência e a família é de fundamental neste processo.

            Segundo Leite (2001), consumo de substancias psicoativas afeta ainda, o desenvolvimento das funções sociais e o estabelecimento de relações interpessoais. Afirma também que os objetivos terapêuticos do tratamento da população de adultos e de jovens devem incluir propostas de mudança global no funcionamento do indivíduo e de seu estilo de vida, no desenvolvimento de valores saudáveis, atitudes e comportamentos que propiciem a interação social e o esforço para a reabilitação ocupacional de forma mais intensiva, e o tratamento familiar.

            Todos os cidadãos estão sob constante ameaça da violência gerada pela desigualdade social, pelo preconceito que gera a marginalização, pelo descaso das autoridades no cumprimento de suas atribuições sociais e pelo pouco investimento em educação e reabilitação do cidadão carente e abandonado pela sociedade. O Brasil é uma democracia que só opera no papel, pois as suas instituições não têm nem capacidade efetiva e seu governo não tem vontade política para investir no crescimento intelectual e social de seu povo (DIMENSTEIN, 1994).

           

4. COMO SABER VOCÊ É UM CO-DEPENDENTE. AS PERGUNTAS ABAIXO SERVEM PARA AJUDAR A IDENTIFICAR POSSÍVEIS PADRÕES DE CO-DEPENDÊNCIA. (SOMOS CONSCIENTES QUE O AUTO-DIAGNÓSTICO É UM ASSUNTO MUITO SÉRIO E POR SUA VEZ PESSOAL.

 

 

  1. Você se sente responsável por outra pessoa? Seus sentimentos, pensamentos, necessidades, ações, escolhas, vontades, bem-estar e destino?
  2. Você sente ansiedade, pena e culpa quando outras pessoas têm problemas?
  3. Você se flagra constantemente dizendo sim quando quer dizer não?
  4. Você vive tentando agradar aos outros ao invés de agradar a si mesmo?
  5. Você vive tentando provar aos outros que é bom o suficiente? Você tem medo de errar?
  6. Você vive buscando desesperadamente amor e aprovação? Você sente-se inadequado?
  7. Você tolera abusos para não perder o amor de outras pessoas?
  8. Você sente vergonha da sua própria vida?
  9. Você tem tendência de repetir relacionamentos destrutivos?
  10. Você se sente aprisionado em um relacionamento? Você tem medo de ficar só?
  11. Você tem medo de expressar suas emoções de maneira aberta, honesta e apropriada?
  12. Você acredita que se assim o fizer ninguém vai amá-lo?
  13. O que você sente sobre mudar o seu comportamento? O que lhe impede de mudar?
  14. Você ignora os seus problemas ou finge que as circunstâncias não são tão ruins?
  15. Você vive ajudando as pessoas a viverem? Acredita que elas não sabem viver sem você?
  16. Tenta controlar eventos, situações e pessoas através da culpa, coação, ameaça, manipulação e conselhos assegurando assim que as coisas aconteçam da maneira que você acha correta?
  17. Você procura manter-se ocupado para não entrar em contato com a sua realidade?
  18. Você sente que precisa fazer alguma coisa para sentir-se aceito e amado pelos outros?
  19. Você tem dificuldade de identificar o que sente?
  20. Você tem medo de entrar em contato com seus sentimentos como raiva, solidão e vergonha?

 

Fontes:  CODA – Codependentes Anônimos, site na Internet: http://codependentes.freeyellow.com

 

5. LIDAR COM A FAMILIA ORIENTA-LAS NESTE PROCESSO

 

Lidar coma família e orienta-las neste processo é um dos maiores desafios para o tratamento do dependente químico, e torna-se mais difícil quando esta família se nega a buscar um tratamento ou mudar certos hábitos. De vez em quando, a família precisa ajudar seus filhos nas tarefas da escola. Podemos ajudar fazendo as tarefas para eles ou com eles.  Quem as fizer para eles, na verdade, não os ajudará. Somente quando as fizermos com eles os auxiliaremos, pois, em seguida, eles conseguirão fazê-las sozinhos. De modo muito semelhante, o dependente de álcool ou drogas precisa de ajuda para sair da crise. Não de alguém que resolva os problemas para ele, pois, nesse caso, ficará só assistindo e seus problemas aumentarão a orientação que passamos as famílias na hora de resolver os problemas com o dependente químico, pois ele mesmo precisa achar a saída da crise. Se ele tiver dívidas, não as pague para ele, mas vá com ele e ajude-o a resolver sua situação. Se as suas roupas estiverem sujas, não as lave para ele. Trilhe o caminho do tanque com ele. Se tiver polícia no “pedaço”, não resolva para ele. Apresente-se, mas com ele. Fazendo o que for preciso com ele, você permanecerá sadio, e sua ajuda será eficaz.

6. COMO AJUDAR OS CO-DEPENDÊNTES

 

Em matéria publicada na revista Contato de 2006, diz a psicóloga Cristiane Venetikides que a família de dependentes químicos devem buscar grupos de auto - ajuda para saber lidar com a situação da dependência. Já o psicólogo Sergio Belon sugere as famílias entrem em contato com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) buscando ajuda, ou mesmo buscar um redutor de danos para que ele leve as informações de tratamento, ou mesmo oriente a família para uma maior compreensão do problema para ajudar o dependente.

            Trabalhos de grupos é muito eficaz, pois traz o conhecimento sobre as emoções ou reações da co-dependência e propicia a liberação de energias negativas através dos depoimentos, da expressividade das emoções. A cura inicia-se dessa forma. Os sinais de recuperação são claros

 

: equilíbrio emocional, a pessoa deixa de reagir descontroladamente aos comportamentos de auto-destruição da pessoa-problema; aprende a dizer não quando tem que dizer não; consegue restabalecer-se do caos financeiro resultante da neurose; aprende a se defender  e a enxergar seus direitos em vez de lutar somente pelo direito dos outros; aprende a trabalhar a família de origem, ou seja, a  olhar para dentro de si mesma para descobrir as origens da sua co-dependência..

              Aprende a estabelecer limites de trabalho; não fica perguntando porque as pessoas estão fazendo aquilo com ela; aprendem a não permitir que outras pessoas a controlem; começam a sentir vontade de viver e acreditar que há um propósito para a sua vida. Tudo isso o co-dependente assíduo vai aprendendo e se liberta desse sofrimento enorme que constitui essa síndrome. As salas de auto-ajuda e/ou psicoterapias têm um contrato moral de sigilo: tudo que é comentado na sala não pode ser comentado para pessoas estranhas ao trabalho. É uma questão de ética e respeito ao ser humano.

 

7.      A BUSCA POR UM TRABALHO TERAPÊUTICO

 

Os trabalhos terapêuticos com enfoque sistêmico vêm crescendo e se  desenvolve por diversas atividades que atua basicamente em reabilitação, reeducação, prevenção de doenças, promoção de saúde e promoção social tanto de dependentes quanto de seus familiares.         

  Os trabalhos terapêuticos têm como objetivo, capacitar o paciente e a família a encontrar formas de enfrentar a doença, seus sintomas e suas conseqüências sobre os diversos aspectos de sua vida (social, profissional, físico e emocional). Nos atendimentos em grupo o objetivo é promover a integração social; possibilitar a troca de experiências, discutir a repercussão da doença no cotidiano do paciente, preparar o paciente e a família para o do tratamento e o retorno ao trabalho e vida social, estimular uma reflexão social, além de relativizar os problemas vividos e estimular a construção coletiva de alternativas. O objetivo é promover um estilo de vida mais saudável e mais solidário (WATANABE et al., 2001).

Trabalhos de grupo, redutores de danos, agentes de saúde, consultores, psicólogos, médicos entre outros profissionais são os recursos disponíveis a serem utilizados basicamente na reabilitação, reeducação, prevenção do uso de substancias psicoativas na promoção de saúde e promoção social.

 

  CONCLUSÃO

 

Este trabalho teve a intenção apenas de trazer breves informações a respeito da co-dependência, seus sintomas e os caminhos que as famílias precisam trilhar para ajudar seu ente querido.

 Porém, descobrimos que cada um de nós é um co-dependente, pois a ao nosso redor encontra-se pessoas que amamos, e que desempenhamos forças no sentido de querer ajuda-las. Às vezes nos envolvemos de tal maneira, que ficamos presos nestas amarras emocionais, que se traduz, não, pela quantidade de esforços que empregamos e, sim nas qualidades destes investimentos. Baseemo-nos pelas dificuldades que temos de nos desprender da dependência de querer resolver algo na vida do outro.

Mas aprendemos que, se realmente amamos aqueles que lhe compartilham a estrada da vida conosco, devemos auxilia-los a serem livres e, ensina-lo a encontrar a saída para os seus problemas, sem querer resolver para eles. Sabemos que para tal precisamos desenvolver neles a independência própria, e nós devemos voltar a ser nos mesmos.

 

Oração da Serenidade

Senhor, concedei-me a SERENIDADE para aceitar as coisas que não posso modificar; CORAGEM para modificar aquelas que posso e SABEDORIA para perceber a diferença.

 

 

REFERÊNCIAS

DIMENSTEIN, Gilberto. O Cidadão de Papel. A infância, a adolescência e os Direitos Humanos no Brasil. 7a. ed. São Paulo : Editora Ática, 1994.

 

KALINA, E. Drogadição hoje: indivíduo, família e sociedade. Porto Alegre : Artes Médicas, 1999.

 

KALINA, E.; GRYNBERG, H. Aos pais de adolescentes. 3a.ed. Rio de Janeiro : Francisco Alves, 1992.

 

LEITE, M. C. Conversando sobre cocaína. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas, 2001.

 

SILVEIRA, D. X. et al. Um guia para a família. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas, 2001.

 

WATANABE, Marisol; NICOLAU Stella Maris. A Terapia Ocupacional na interface da saúde e do Trabalho. In: PRADO DE CARLO, Marysia M. R.; BARTALOTTI, Celina C.; (org). Terapia Ocupacional no Brasil. São Paulo: Plexus Editora, 2001.

 

SOUZA, S. A. Terapeuta de Casal e Família, Consultor de Empresa Familiar, Formador da “Vinculovida” – Escola de Formação de Terapia Familiar Sistêmica Breve. 2003.

 

ROSSET, S. M. Pais e filhos: uma relação delicada.Curitiba. Sol. 2003.

 

CEDECA. Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado do Paraná: Políticas de atendimento dos direitos da Criança e do adolescente no Estado do Paraná. Governo do Estado do Paraná. 2001.

 

 

Sites Consultados:

 

http://codependentes.freeyellow.com

 

http://www.adroga.casadia.org/codependencia/co_dependencia.htm